Os desafios enfrentados pelo produtor rural, um dos pilares da economia nacional, para continuar a proporcionar resultados positivos na balança comercial. Esse foi o principal tema do Vision Tech Summit, em Ribeirão Preto, que reuniu lideranças do setor agropecuário, especialistas em governança e setores da sociedade civil que têm como foco o desenvolvimento social e econômico do Brasil.
Durante o Políticas Públicas para um Agro Mais Competitivo, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, voltou a criticar a falta de previsibilidade no setor agropecuário e defendeu uma política de médio e longo prazos, com recursos e programas de crédito e seguro rural definidos na legislação.
“O governo precisa fazer o dever de casa na gestão fiscal para garantir o futuro da economia. Há muita indefinição ainda sobre o Plano Safra, que tradicionalmente é apresentado em junho, e o produtor rural precisa se planejar, saber valores disponíveis para crédito e seguro, buscar taxas que o permitam continuar no campo”, frisou Meirelles.
O presidente da União Nacional da Bioenergia (UDOP), Hugo Cagno, e a especialista em governança, Ana Paula Malvestio, que participaram do , mediado pelo presidente do Grupo Visão Agro, Alex Ramos, ratificaram as palavras de Meirelles e ressaltaram que, apesar dos avanços, ainda há muito a se construir para que o setor agropecuário assuma o seu papel de direito. Ana Paula disse que as políticas agrícolas de governo, que muitas vezes não possuem continuidade, são fatais para a competitividade do agro brasileiro.
“É preciso criar uma política agrícola que não seja imediatista e eleitoreira. A governança tem muito a contribuir, mas é necessário que o governo também dialogue com o produtor, que possua meta e métrica nos programas implementados, para que se possa corrigir rumos e contribuir para o crescimento do setor agropecuário e da economia nacional”, afirmou Ana Paula.
Outro ponto lembrado foi a falta de mão de obra em todos os setores. Nesse aspecto, a qualificação oferecida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), abrindo novas perspectivas para o jovem que está no campo, foi aplaudida por todos. Além da capacitação, explicou Hugo Cagno, é importante rever a legislação, que acaba inviabilizando o preenchimento dos quadros de vagas.
“A legislação não pode ser um impeditivo para o trabalho. Há a necessidade de termos nas usinas 5% de Pessoas com Deficiência (PCD), mas, mesmo que a pessoa se interesse pela vaga, se ela for contratada perde a aposentadoria, por exemplo. Ou seja, uma pessoa economicamente ativa não pode trabalhar, ou terá de escolher entre o salário e o benefício”, concluiu Cagno.
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